AS FESTAS JUNINAS E A ESPIRITUALIDADE
As festas juninas que se transformaram numa tradição cultural do povo brasileiro – mais intensamente na Região Nordeste do País – tiveram suas origens nas celebrações portuguesas dedicadas aos santos populares consagrados pela Igreja Católica: Santo Antônio (Fernando de Bulhões, padre franciscano caridoso do século XIII), São João (João Batista, reencarnação de Elias, que foi precursor de Jesus) e São Pedro (apóstolo que assumiu a liderança dos cristãos após a morte de Jesus
O povo brasileiro, inseriu outros ingredientes a essa festa, como a comida de milho, em agradecimento aos santos pela colheita.
Para a Doutrina Espírita, no entanto, não se há de fomentar convenções sociais presas a exterioridades, nem tampouco cultuar. O Espírito André Luiz, em se pronunciando no livro Conduta Espírita, pelo médium Waldo Vieira, menciona que havemos de “dispensar sempre fórmulas sociais criadas ou mantidas por convencionalismos ou tradições que estanquem o progresso” recordando ainda que “O Espírita não se prende a exterioridades”.
Os Espíritas, sabedores de que as preces não se condicionam a fórmulas, mas não prescindem de sinceridade e fé, tem-se como infantis as simpatias e formulas muito utilizados durante os folguedos juninos.
Não esqueçamos, entretanto, que a prece sentida e sincera, proferida com fé e humilde propósito, jamais será um desperdício, sempre representando um intercâmbio salutar com aqueles que conhecem nossos mais profundos ideais. Nunca ficaremos sem respostas, mas é possível que não sejamos atendidos, vez que somente a Deus cabe nos conceder o que melhor nos servirá de encargo – sejam graças ou aparentes desgraças.
Ao tratar dos Médiuns no capítulo XIV – Das manifestações espíritas – do Livro dos Médiuns, a questão sobre a eficácia de algumas preces mais do que de outras foi assim tratada: “Somente a superstição pode emprestar virtudes quaisquer a certas palavras e somente Espíritos ignorantes, ou mentirosos podem alimentar semelhantes ideias, prescrevendo fórmulas. Pode, entretanto, acontecer que, em se tratando de pessoas pouco esclarecidas e incapazes de compreender as coisas puramente espirituais, o uso de determinada fórmula contribua para lhes infundir confiança. Neste caso, porém, não é na fórmula que está a eficácia, mas na fé, que aumenta por efeito da ideia ligada ao uso da fórmula.”
A lucidez trazida pelos conhecimentos espíritas inspira-nos a uma autorreflexão natural sobre as manifestações festivas, suas expressões lúdicas e excessos desnecessários, sobre nossa milenar repetição de padrões culturais e sobre a contribuição que podemos empenhar em prol do progresso humano.
Não esqueçamos de apor nosso olhar amoroso sobre tudo o que nos cerca, desenvolvendo gentilmente nossos valores, que se elevarão na medida em que buscarmos o melhor de nós em direção da almejada reforma íntima.
E com esses valores doutrinários na mente, valorizando a tradição cultural do nosso país, o GEFA realizou a já sua já tradicional FESTA JULINA no dia 06 de julho de 2027 no Ascaer, com muitas comidas típicas, música ao vivo, brincadeiras, danças, quadrilha e muita diversão.